Organizações serão cada vez mais responsabilizadas pelos impactos sociais e ambientais em suas cadeias de valor.
O crescimento do consumo consciente e da demanda social por responsabilidade e engajamento socioambiental coloca as marcas sob escrutínio com relação a seus impactos diretos e indiretos, dando atenção à cadeia de valor. Além disso, a estruturação recente de iniciativas setoriais e investimentos para rastreabilidade em cadeias críticas trazem mais um vetor de visibilidade para o tema, desta vez provocado pela própria indústria. Desta forma, produção livre de desmatamento e de vulnerabilidades sociais tornam-se requisitos mais que desejáveis. Alguns casos ganharam as manchetes e reforçaram a percepção de que organizações serão cada vez mais responsabilizadas pelos impactos sociais e ambientais em suas cadeias de valor. Diante de tais situações, é válido refletir sobre como mitigar esses riscos e o que fazer nos casos em que, mesmo com ações preventivas, problemas do tipo se verificam na prática.
Reflexão Uma atuação responsável pressupõe que se estabeleçam relações sustentáveis com fornecedores e outros agentes interessados. Ou seja, é preciso estabelecer mecanismos que vão além da simples cobrança por indicadores socioambientais, mas que respeitem o tempo de desenvolvimento e necessidades de cada organização. Para isso, os dez passos iniciais que sugerimos estão listados abaixo:
- Mapear os principais impactos (e a proporção entre impacto direto e indireto).
- Identificar e classificar riscos e oportunidades.
- Avaliar recursos existentes e nível de desenvolvimento da cadeia.
- Avaliar criticidade dos stakeholders.
- Estabelecer matriz de temas prioritários na cadeia.
- Definir indicadores.
- Preparar os agentes da cadeia para gestão dos impactos.
- Alinhamento de cultura e boas práticas, nutrindo o processo de engajamento.
- Implantar em parceria, empoderando e responsabilizando os agentes da cadeia.
- Incorporar novas demandas e aplicar PDCA constantemente.
Mas existem situações em que, mesmo com uma abordagem preventiva, problemas acontecem. Nesses casos, é necessário aprender com os erros. Uma diligência detalhada para identificar as falhas estruturais, processuais, culturais e/ou humanas que levaram à concretização do risco é o primeiro passo para correção efetiva da rota. A partir daí, cada caso precisa ser avaliado em específico. Mas de forma geral é recomendável que se estabeleçam planos de ação associados a compromissos públicos, metas e mecanismos de transparência e de engajamento de stakeholders.
O objetivo é reconstruir pontes e relações de confiança com audiências críticas, que tem potencial de impacto relevante no negócio. Tanto em cenários de calmaria quanto de reconstrução, o engajamento genuíno é um ativo-chave para mapeamento, prevenção e mitigação de riscos.